A Tolerância
O Evangelho deste domingo sugere a responsabilidade em ajudar cada pessoa a tomar consciência dos seus erros. Convida a respeitar o nosso irmão, mas a não pactuar com as atitudes erradas que ele possa assumir. Amar alguém é não ficar indiferente quando ele está a fazer mal a si próprio; por isso, amar significa, muitas vezes, corrigir, admoestar, questionar, discordar, interpelar…
Este tema também convida a reflectir sobre a palavra “tolerância”. Esta é uma palavra profundamente cristã, que sugere o respeito pelo outro, pelas suas diferenças, até pelos seus erros e falhas. No entanto, o que significa “tolerância”? Significa que cada um pode fazer o mal ou o bem que quiser, sem que tal nos diga minimamente respeito? Implica recusarmo-nos a intervir quando alguém toma atitudes que atentam contra a vida, a liberdade, a dignidade, os direitos dos outros? Quer dizer que devemos ficar indiferentes quando alguém assume comportamentos de risco e condenável, porque ele “é maior e vacinado” e nós não temos nada com isso? Quais são as fronteiras da “tolerância”? Diante de alguém que se obstina no erro, que destrói a sua vida e a dos outros, devemos ficar de braços cruzados? Até que ponto vai a nossa responsabilidade para com as pessoas que nos rodeiam? A “tolerância” não será, tantas vezes, uma desculpa ou uma tomada de posição que serve para disfarçar a indiferença, a demissão das responsabilidades, o comodismo?
1 Comments:
Na base do corrigir e ser corrigido tem de estar um grande amor sobrenatural. Já vivi as duas situações. Quando num grupo se consegue chegar "à hora da verdade" pode dizer-se que se vive uma experiência de verdadeiro amor reciproco. Penso que a tolerância é isto, aceitar uma coisa e outra com um dom de Deus, se bem que é mais fácil ser corrigido que corrigir. Em ambos os casos tem de haver muita verdade e misericórdia...
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