Relativizar o Estado
Cristo enviou-nos para o mundo mas nunca prometeu que este nos compreenderia. A Igreja passou por momentos que parecem contraditórios, desde um cesaro-papismo nítido a uma teocracia clara, desde uma proposta de separação colaborante a um clima de hostilidade e perseguição. Hoje sentimo-nos no seio da sociedade e a responsabilidade de ser semente, que para dar vida morre, é o paradigma que nos acompanhará sempre. Advogando uma laicidade inclusiva não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral. O Estado democrático não pode ser militantemente ateu e deixar de reconhecer, respeitar e procurar satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião, respeitando as outras crenças. Se isto acontecer, a missão de colocar o Evangelho nos meandros da sociedade será mais fácil; se não se der, resta-nos o caminho do serviço a todos e, preferencialmente, aos mais pobres". (D. Jorge Ortiga abordar a relação da Igreja com a sociedade, no discurso de abertura da assembleia da CEP, hoje proferido)