Ensaio sobre a cegueira
O Evangelho deste domingo apresenta-nos um cego chamado Bartimeu. A sua situação de cegueira evoca uma realidade que conhecemos bem… a situação de um homem que jaz na escuridão, dependente, acomodado e confirmado com a sua situação. Evoca a condição daquele que está acomodado na sua situação de miséria, instalado nos seus preconceitos e projectos pessoais, conformado com uma vida de horizontes limitados, dependente da caridade dos passantes.
Evoca a situação do homem escravo, prisioneiro do egoísmo, do orgulho, dos bens materiais, da preguiça e da vaidade. É a condição daquele que se sente refém dos seus vícios, hábitos e paixões e que sente a sua incapacidade em romper, por si só, as cadeias que o impedem de ser livre.
Será que esta situação é inseparável e que o homem está condenado de forma permanente? A Palavra de Deus que nos é proposta garante-nos que a situação do homem cego, prisioneiro da escuridão, não é uma situação incontornável, obrigatória, sem remédio… Jesus veio ao mundo com uma proposta de libertação destinada a todos aqueles que procuram a luz e a vida verdadeira. Jesus de Nazaré que Se cruzou com o cego à saída de Jericó continua a cruzar-Se hoje, de forma continuada, com cada homem e com cada mulher nos caminhos da vida e oferece-lhes, sem cessar, a proposta libertadora de Deus.
Este evangelho surge na liturgia, na semana em que está bem viva a polémica provocada pelo autor do “Ensaio sobre a cegueira” visando a promoção da venda do seu mais recente livro que evoca uma personagem do imaginário bíblico. Pelas ideias manifestadas, Saramago manifesta uma total ignorância sobre os textos sagrados e coloca-se na situação daqueles cegos agarrados a preconceitos rancorosos, cheios de intolerância relativamente aos que, libertados da cegueira, se deixam iluminar por Cristo.
Bartimeu, por sua vez, soube romper com a situação em que se encontrava, respondeu ao apelo
de Cristo, levantou-se, atirou fora a sua capa e correu atrás de Jesus. O gesto de Bartimeu representa, aqui, a renúncia imediata à vida antiga, aos preconceitos ideológicos, à cegueira de quem teima em não querer ver, ao comodismo, à escravidão, aos comportamentos incompatíveis com a adesão a Cristo e a esse caminho novo que Jesus o convida a percorrer. É isso, também, que é pedido a todos aqueles a quem Jesus chama à vida nova. É preciso, no entanto, que não nos fechemos no nosso egoísmo e na nossa auto-suficiência, surdos e cegos aos apelos de Deus; é preciso que as nossas preocupações com os valores efémeros não nos distraiam do essencial; é preciso que aprendamos a reconhecer os desafios de Deus nesses acontecimentos banais com que, tantas vezes, Deus nos interpela e questiona…
Será que esta situação é inseparável e que o homem está condenado de forma permanente? A Palavra de Deus que nos é proposta garante-nos que a situação do homem cego, prisioneiro da escuridão, não é uma situação incontornável, obrigatória, sem remédio… Jesus veio ao mundo com uma proposta de libertação destinada a todos aqueles que procuram a luz e a vida verdadeira. Jesus de Nazaré que Se cruzou com o cego à saída de Jericó continua a cruzar-Se hoje, de forma continuada, com cada homem e com cada mulher nos caminhos da vida e oferece-lhes, sem cessar, a proposta libertadora de Deus.
Este evangelho surge na liturgia, na semana em que está bem viva a polémica provocada pelo autor do “Ensaio sobre a cegueira” visando a promoção da venda do seu mais recente livro que evoca uma personagem do imaginário bíblico. Pelas ideias manifestadas, Saramago manifesta uma total ignorância sobre os textos sagrados e coloca-se na situação daqueles cegos agarrados a preconceitos rancorosos, cheios de intolerância relativamente aos que, libertados da cegueira, se deixam iluminar por Cristo.
Bartimeu, por sua vez, soube romper com a situação em que se encontrava, respondeu ao apelo