Feliz Natal

Cimeira UE - África

Acabou a cimeira. Os políticos, embora sem acordo, ficaram satisfeitos pelos resultados. Não houve grandes decisões, mas as portas ficaram abertas para acordos bilaterais e pontuais com os diversos países, em particular. Mas aquilo que se esperava que fosse debatido passou para segundo plano. Falou-se de paz e segurança porque interessa à União Europeia que o terrorismo não perturbe a paz e o bem-estar europeu. Mas outros pontos foram tocados ao de leve. Não se falou de justiça: e como pode haver paz e segurança sem justiça? Os direitos humanos ficaram pelo politicamente correcto porque é importante, numa democracia moderna, fazer sempre alusão e evitar que estas alusões possam perturbar as relações económicas. E sobre o Darfur? Será que houve pressões dentro da cimeira para a tentativa da resolução deste problema? Ou as pressões ficaram pelo exterior à cimeira? Existe uma tentativa de islamização deste povo, mas não se pode criticar quem tem petróleo!
Mais uma vez os iluminados do laicismo preferiram ficar calados do que defender a laicidade dos povos islâmicos. É que o laicismo parece que é só para aplicar à Igreja Católica na Europa. E a Igreja Católica está em África com os mais pobres, anunciando pelo amor a paz e a justiça. Ela, apesar de tudo, continua a sua missão contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos povos que estão cada vez mais pobres por culpa da Europa e de dirigentes africanos que pactuam com os interesses do capitalismo.

À Conceição da Virgem Imaculada

Para se namorar do que criou,

Te fez Deus, sacra Fénix, Virgem pura.

Vede que tal seria esta feitura

Que para si o seu Feitor guardou!

No seu alto conceito Te formou

Primeiro que a primeira criatura,

Para que única fosse a compostura

Que de tão longo tempo se estudou.

Não sei se digo em tudo quanto baste

Para exprimir as raras qualidades

Que quis criar em Ti quem Tu criaste.

És Filha, és Mãe e Esposa: e se alcançaste,

Uma só, três tão altas qualidades,

Foi porque a Três de Um só tanto agradaste.

Luís de Camões